quinta-feira, 14 de março de 2013

LAGOA RODRIGO DE FREITAS


O GLOBO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
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Natureza morta. Garis da Comlurb participam da limpeza da Lagoa Rodrigo de Freitas: em três dias foram retiradas 65 toneladas
Foto: Hudson Pontes / O Globo
Natureza morta. Garis da Comlurb participam da limpeza da Lagoa Rodrigo de Freitas: em três dias foram retiradas 65 toneladas Hudson Pontes / O Globo
RIO — No terceiro dia consecutivo de mortandade na Lagoa Rodrigo de Freitas, de onde foram retiradas até ontem 65 toneladas de peixes, a prefeitura anunciou que pretende ampliar a ligação entre a Lagoa e o mar, na tentativa de acabar com o problema recorrente. Um projeto formulado pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe/UFRJ), em parceria com o município, prevê a implantação de tubos sob a areia da Praia de Ipanema que facilitariam a troca de água da Lagoa pelo Canal do Jardim de Alah.
Os tubos fariam com que, na maré alta, a água do mar entrasse na Lagoa, promovendo a renovação do espelho d'água. O projeto aguarda aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e, se liberado, ainda terá de ser analisado em audiência pública para só então ser licitado. A expectativa da secretaria municipal de Meio Ambiente é que isso aconteça até o segundo semestre de 2013.
Enquanto a solução da prefeitura não vem, moradores e frequentadores da região sofrem com os efeitos da mortandade. O recolhimento de peixes estava sendo feito ontem por 180 funcionários da Comlurb com a ajuda de técnicos da secretaria de Meio Ambiente e o apoio de quatro embarcações.
Biólogo suspeita de esgoto
A Secretaria municipal de Meio Ambiente informou que o nível de oxigênio na Lagoa ontem de manhã era de 1.6. Segundo a secretaria, o vento que atingiu a região na tarde de anteontem trouxe para a superfície peixes mortos que estavam no fundo.
Na quarta-feira, o biólogo Mário Moscatelli percorreu a Lagoa Rodrigo de Freitas de barco, e segundo ele, três fatores podem ter causado a mortandade: possível lançamento de esgoto em grande quantidade devido a algum problema em elevatória da Cedae; aporte de matéria orgânica trazida por fortes chuvas; ou ocorrência de um fenômeno climático que divide o espelho d’água em dois, um sem oxigênio, mais no fundo, e outro com oxigênio mais próximo à superfície. Segundo ele, pode ter havido a conjugação de dois ou três fatores. Para o biólogo, o monitoramento permanente da Lagoa e a aplicação de um plano de contingência são fundamentais para prevenir mortandades.
Secretaria diz que há monitoramento
A Secretaria municipal de Meio Ambiente, no entanto, garantiu que a Lagoa Rodrigo de Freitas é monitorada 24 horas por dia. Segundo o órgão, a cada hora, a boia que fica no meio da lagoa emite boletins que são analisados em tempo real.
Sobre a mortandade dos últimos três dias, a secretaria alega que o problema foi causado pelas fortes chuvas. O temporal teria levado matéria orgânica para a Lagoa. Essa matéria orgânica, para se decompor, usa o oxigênio dissolvido, provocando a mortandade.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, descarta que o lançamento de esgoto tenha provocado a mortandade. Segundo ele, técnicos da prefeitura não detectaram qualquer entrada excepcional de esgoto na Lagoa. Ele argumenta ainda que espécies como a savelha se reproduzem no mês de fevereiro, o que cria uma superpopulação, reduzindo os níveis de oxigênio na água. Muniz afirmou ainda que pretende estimular a pesca na Lagoa no período anterior ao fim do verão de 2014, para equilibrar a população de peixes e evitar novas mortandades.




http://oglobo.globo.com/rio/tubos-poderao-ligar-mar-a-lagoa-para-evitar-mortandade-de-peixes-7846156#ixzz2NZcQENuf

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